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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Crônicas da cidade

      Crônicas da Cidade, trata-se de pequenas estórias ubatubenses, retratados pelos nossos ilustres autores que através dos seus relatos, conseguem transmitir com humor, uma Ubatuba nos tempos mais remotos e uma Ubatuba nos tempos atuais.



As Bananas


                                                                                                              Ilust: Maria Edna de Souza
     
            -Maria, vá buscar umas bananas pra gente assar.
      Era meu pai que mandava, pois na época ele já era um comilão daqueles. Também o nosso jantar ficava infalivelmente pronto ás dezoito horas, e as vinte e uma, já dava aquela vontade de comer de novo. Ainda mais com aquele friozinho irritante...
      Maria era eu, uma magricela de oito anos que já sabia fazer o serviço de casa, inclusive destroncar o pescoço daqueles frangos gordos, bonitos, que dava um trabalho para pegar.
       Só, à tardinha, quando a galinhada procurava o galinheiro bem fechado, por causa das raposas e gambás, é que a gente conseguia.
      Eu protestei, pois já  estava muito escuro e a dispensa era longe.
     -Menina, disse ele, onde já se viu, uma moça do seu tamanho com medo de quê? Lobisomem? Mula sem cabeça? Ora , isso não existe.
Mas eu já tinha ouvido muitas conversas dos colonos, coisa de arrepiar os cabelos.
E o sino que se ouvia à meia-noite em lua cheia de sexta-feira? E os gemidos dos escravos, que o tio avô de papai maltratava, pois a fazenda havia sido dele.
            Lá fui eu, lamparina numa das mãos, e a outra em concha, para que a chama não se apagasse com todo aquele vento que entrava pelas telhas vãs e pelas frestas do assoalho, por onde caía toda sorte de objetos: tesouras, talheres, botões, moedas, até meu espelhinho com moldura dourada, que o meu irmão conseguiu empurrar pela fresta maior.
            E fui avançando na ponta dos pés pela sala de jantar, depois por aquele enorme salão, o mais feio, comprido, maltratado, que ficava nos fundos da casa e dava acesso á cozinha. Virando à esquerda, desci dois degraus da despensa tijolada com janelas que tinham barras de madeira, por que não sei, pois dava para um pátio tão alto, que só um gigante alcançaria.
            Voejavam alguns morcegos, mas esses eu conhecia de longa data. Tremendo toda e preocupada para que não se apagasse a luz, comecei a ouvir um ruído que me pareceu horrível. Que seria, meu Deus? E vinha do canto mais escuro da despensa. Lá se ouvia de tudo: um forno á lenha, onde minha mãe preparava o nosso pão, uma vez por semana; postas de toucinho salgado e lingüiças em gomos penduradas num varal de bambu; prateleiras cheias de sabão feito de barrigada de porco, cinza e soda; cachos de bananas, agasalhados em palha de milho, para que amadurecessem logo; ferramentas e muitas coisas mais, uma verdadeira parafernália.
             O ruído aumentava, e com ele o meu pavor, suava frio, meus dentes batiam, mas enfrentei o monstro muito devagarinho, quando a chama da lamparina atingiu o jacá, no cantinho escuro, vi a coisa mais linda, para os meus olhos acostumados com tudo o que se referia á vida na roça.
              Uma galinha carijó, dormindo e a cabecinha do pintinho emergindo por entre as penas da asa de sua mãe, com olhinhos brilhando, olhando para mim e piando muito de mansinho, como a pedir que não o incomodasse. Senti uma ternura tão grande, uma emoção fortíssima que fez brotarem lágrimas nos olhos.
               Saí devagarinho, pensando na vida. Logo, logo o pintinho viraria um frangão, esqueceria a mãe, iria ciscar lá longe no fundo do pomar, para mais tarde entrar na panela.


 Dirce Marangoni
           

Juíza usa sua própria história para desmascarar as falácias da tão propalada meritocracia.


Símbolo da resistência

Ana Júlia discursou na quarta-feira (26) na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná para defender a legitimidade das ocupações de escolas como forma de luta pela qualidade da educação pública.
Segundo a ombudsman da Folha, uma espécie de ouvidora que atua sob a perspectiva dos leitores do jornal, a cobertura da imprensa é tímida para a dimensão da luta dos estudantes contra a reforma do ensino médio (MP 746) e contra a PEC 55 (antiga PEC 241) que congela investimentos na educação por 20 anos.

Do Canal O Mundo segundo Ana Roxo


Explicações simples para assuntos complexos 

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