Biografia
Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu no dia 13 de junho na cidade de Lisboa – Portugal em 1888. Aos cinco anos de idade ficou órfão de pai e sua mãe acabou se mudando com seu novo esposo para a África do Sul, levando Fernando consigo. Foi lá em Durban que Pessoa aprendeu a falar inglês fluentemente até voltar definitivamente a Lisboa em 1905. Em 1915 acaba por produzir textos para o lançamento da revista Orpheu, suas produções literárias são taxadas como intensas e a sociedade conservadora da época não viram com bons olhos. Por causa disso, Fernando começou a adotar heterônimos e apenas publicou, em vida, quatro de suas várias obras. Vítima de cirrose hepática, o autor morre aos 47 anos no dia 30 de novembro. Um dia antes de sua morte ele escreveu suas últimas palavras no hospital: Não sei o que o amanhã trará.
Seus principais heterônimos
Alberto Caeiro
Nasceu em Lisboa no dia 16 de abril de 1889. Foi o mais objetivo de seus heterônimos, buscando eliminar todos os vestígios de subjetividade em seus textos. O poeta se volta pela busca das sensações naturais dos elementos e se opõe radicalmente ao intelectualismo.
Alvaro de Campos
Nasceu em Porto no dia 19 de setembro de 1887. É dito como o heterônimo com o lado mais moderno de Fernando, caracterizado pela vontade de conquista, pelo amor à civilização e ao progresso. O seu tom de linguagem era irreverente e o estilo se ligava ao Futurismo.
Ricardo Reis
Nasce no mesmo dia do heterônimo anterior. Representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Pessoa. A linguagem é contida e bem disciplinada, com versos, geralmente, curtos que tendem à vernaculidade e ao formalismo.
Poema publicado como Ricardo Reis
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Porque tão longe ir pôr o que está perto –
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este é o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este é o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora,
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.