A produção de Ariano Suassuna, principalmente a teatral, tem como característica a presença do humor, muitas vezes atrelado à crítica social, e de elementos da cultura popular nordestina. Ele foi um dos fundadores do Movimento Armorial, que buscava criar a arte erudita por meio da cultura popular desenvolvida no Nordeste. Esse movimento, lançado em 1970, não se restringiu à literatura, mas incluiu também teatro, música, arquitetura, artes plásticas.
Além das influências da cultura popular nordestina em sua produção literária, Ariano Suassuna filiou-se à geração de 1945, também conhecida como terceira geração modernista. Essa vertente do modernismo surgiu em um contexto histórico que propiciou uma experiência literária voltada para a questão estética, já que, com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda de Getúlio Vargas do poder, pairou um clima de normalidade democrática, o que propiciou o olhar dos escritores para os aspectos formais e estéticos de suas obras, sobretudo no que se refere à pesquisa da própria linguagem literária.
Assim, os autores da geração de 1945 secundarizaram as preocupações políticas, ideológicas e culturais que caracterizaram a geração de 1930 e enveredaram em direção à experimentação estética. Nesse sentido, Ariano Suassuna apropriou-se de estruturas da tradição literária, como os autos religiosos, e subverteu-lhes a forma, agregando ao tradicional elementos regionais da cultura nordestina.
"Terceira idade é para fruta: verde, madura e podre."
"Imaginem que tédio um lugar
só com macho."
"Quem gosta de ler não morre
só."
"A gente tem uma tendência para acreditar que não morre."
"O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado."