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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Luis Martins - Tragédia concretista


AS CEM MELHORES CRÔNICAS
BRASILEIRAS

O poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a namorada. E pensou: lábio,lábia. O lábio em que pensou era o da namorada, a lábia era a própria. Em todo caso, na pior das hipóteses, já tinha um bom começo de poema. Todavia, cada vez mais obcecado pela lembrança daqueles lábios, achou que podia aproveitar a sua lábia e, provisoriamente desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura amada, na esperança e maiores intimidades e vantagens. Até os poetas concretistas podem ser homens práticos.
                Como, porém, transmitir a mensagem amorosa em termos vulgares, de toda gente, se era um poeta concretista e nisso justamente residia (segundo julgava) todo o seu prestígio aos olhos das moças? Tinha que fazer um poema. A moça chamava-se Ema, era fácil. Discou. Assim que ouviu, do outro lado da linha, o “alô”  sonolento do objeto amado, foi logo disparando:
                - Ema. Amo. Amas?
                -Como? –surpreendeu a jovem. – Quem fala?
                - Falo. Falas. Falemos.
                A pequena, julgando-se vítima de um “trote”, desligou violentamente, não antes de perpetrar, sem querer um precioso “hai-kai concretista:
                - Basta, besta!
                O poeta ficou fulminado. Não podia, não podia compreender. Sofreu, que também os concretistas sofre; estava realmente apaixonado, que também os concretistas se apaixonam, quando são jovens – e todo poeta concretista é jovem. Não tinha lábia. Não teria os lábios. Por que não viajar para Líbia? Desaparecer, sumir... Sentia-se profundamente desgraçado, inútil. Um triste. Um traste.
                O consolo possível era a poesia. Sentou-se e escreveu:
                “Bela. Bola. Bala.”
                O que traduzindo em vulgar, vem a dar nesta banalidade: “ A minha bela, não me dá bola. Isto acaba em bala.”
                Não acabou, naturalmente. Tomou uma bebedeira e tratou  de achar outra namorada, a quem dedicou um soneto parnasiano. Foi a conta. Casaram-se e são muito falazes... oh! Perdão: felizes.

Juíza usa sua própria história para desmascarar as falácias da tão propalada meritocracia.


Símbolo da resistência

Ana Júlia discursou na quarta-feira (26) na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná para defender a legitimidade das ocupações de escolas como forma de luta pela qualidade da educação pública.
Segundo a ombudsman da Folha, uma espécie de ouvidora que atua sob a perspectiva dos leitores do jornal, a cobertura da imprensa é tímida para a dimensão da luta dos estudantes contra a reforma do ensino médio (MP 746) e contra a PEC 55 (antiga PEC 241) que congela investimentos na educação por 20 anos.

Do Canal O Mundo segundo Ana Roxo


Explicações simples para assuntos complexos 

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